quinta-feira, 24 de junho de 2010

TTJ na Copa do Mundo # 4

A queda de mais um gigante marcou o dia de ontem na Copa do Mundo! Definidos os classificados dos grupos E e F. Perdeu algum jogo? Acompanha as matérias então!


GRUPO E

Camarões 1x2 Holanda

No jogo entre classificado e eliminado, a Holanda confirmou seu favoritismo e o que todos já pensavam depois de assistir aos seus jogos nas outras duas rodadas: Dessa vez, a seleção não veio para dar espetáculo e sim para conseguir finalmente seu primeiro título. A objetividade é a marca registrada da seleção comandada por Mark van Marwijk. Sem nenhum show desnecessário ou destaques individuais, os europeus venceram por 2 a 1.
O primeiro tempo começou em ritmo lento. A Holanda, que jogava pelo empate para se garantir como líder, iniciou o jogo sem se expor e tentando, com pouco êxito, levar perigo ao gol camaronês. A seleção africana mostrou vontade de sobra mas, como em seus outros dois jogos, a falta de habilidade de seus jogadores e a desorganização em campo não deixavam uma boa jogada sequer ser criada.
Até os 30 minutos, o jogo foi de dar sono, mas depois a Holanda decidiu ter mais atitude e criou lances de perigo. O primeiro deles com Kuyt, que fez boa jogada e finalizou para fora. A seleção africana era tão fraca que foram precisos apenas 5 minutos com a Holanda forçando mais os ataques para que o gol fosse feito. Van Persie fez bela tabela com Van der Vaart e finalizou bem para abrir o placar. Depois do gol, como era de se esperar, a Holanda voltou a deixar o jogo chat, novamente se fechando atrás e, com facilidade, afastava qualquer perigo que a seleção de Camarões poderia criar.
Na segunda etapa, o ritmo lento imposto pela Holanda continuou. Jogando atrás, os europeus dificultavam a criação de jogadas para os camaroneses. Um lance, no entanto, foi o suficiente para dar um ânimo aos africanos. Aos 14 minutos, Eto’o fez bela jogada driblando três adversários, mas chutou para fora. Logo depois da jogada, aos 16, Makoun perdeu outra chance.
Mas aos 18 minutos o empate veio. Van der Vaart usou a mão dentro da área para interceptar a bola. Pênalti que Eto'o cobrou com segurança: 1 a 1 no placar.
A Holanda, sabendo da deficiência técnica da seleção africana, voltou a jogar mais ofensivamente para tentar matar o jogo. Aos 28, Robben finalmente entrou em campo para estrear nessa Copa do Mundo. E o jogador seria o dono da bela jogada que resultou no gol de desempate.
Aos 38 minutos, Robben recebeu lançamento em velocidade, driblou um marcador e acertou um belo chute na trave do goleiro Souleymanou. No rebote, Huntelaar, livre, finalizou para acabar com o jogo. O juiz poderia encerrar o jogo ali, pois mais nada de importante aconteceu. A Holanda confirma os 100% de aproveitamento na primeira fase e enfrenta a Eslováquia nas oitavas de final.


Dinamarca 1x3 Japão

O jogo que tinha tudo pra ser o mais disputado do dia, devido à situação das equipes que, empatadas, se enfrentavam na última rodada para decidir quem passaria às oitavas de final, acabou se tornando um jogo de um time só. Com qualidade superior, os japoneses, organizados e jogando um belo futebol, tornaram o jogo fácil e venceram os Dinamarqueses por 3 a 1 sem grandes preocupações.
No primeiro tempo os nipônicos já mataram o jogo. Logo aos 17 minutos, depois de algumas chances sem muito perigo criadas pelas seleções, Honda bateu falta com um chute seca e a bola enganou o goleiro Sorensen, que tentou prever um efeito que a bola acabou não sofrendo. Placar aberto pelos japoneses, que decidiram jogar mais recuados para fazer mais gols num possível contra ataque, já que a Dinamarca saía para o ataque e deixava espaços.
Mas o segundo gol acabou acontecendo em outra bola parada. Endo bateu falta próxima à entrada da área com categoria e ampliou a diferença no placar. Ainda no primeiro tempo, Honda e Komano representaram algum perigo para o gol dinamarquês, mas o placar do intervalo foi mesmo 2 a 0.
Na volta do intervalo, os europeus decidiram partir para o tudo ou nada e, apesar da visível falta de habilidade dos jogadores, algumas chances foram criadas. A maior delas com Larsen, aos 28 minutos, que acertou um belo chute no travessão japonês. E essa pressão acabou tendo resultado. Aos 35, Agger foi derrubado na área. Pênalti que Tomasson bateu e o goleiro Kawashima até conseguiu defender, mas o rebote sobrou para o próprio Tomasson só ter o trabalho de empurrar a bola para o gol.
Não vendo outra opção diferente de atacar com tudo o que tinha direito (eram preciso mais dois gols em dez minutos para a classificação), os dinamarqueses partiram pra cima do Japão acreditando que era possível reverter o placar. Mas maiores espaços foram dados e Honda, eleito o melhor jogador em campo, soube se aproveitar disso. O atacante fez bela jogada e rolou para Okazaki, que só teve o trabalho de empurrar para as redes, aos 42 minutos.
Partida encerrada no Estádio Royal Bafokeng, os japoneses entram com moral nas oitavas para enfrentarem o Paraguai, enquanto os Dinamarqueses dão Adeus à Copa 2010.


GRUPO F

Eslováquia 3x2 Itália

O melhor jogo da Copa do Mundo até aqui. Essa foi a conclusão da maioria daqueles que acompanham a Copa de 2010. Eslováquia e Itália travaram um duelo que deixou completamente indefinida a situação no Grupo F até os 50 minutos do segundo tempo.
De um lado a desacreditada Eslováquia, que vinha de dois jogos desastrosos contra Nova Zelândia e Paraguai e ainda não tinha vencido. Do outro, a atual campeã mundial, que , se ainda não tinha feito um bom jogo nessa Copa, era a favorita do duelo pela tradição e pelos nomes da equipe. Mas foi só o jogo começar para nos surpreendermos. Com uma marcação forte, que apertava a saída de bola italiana, os eslovacos mostravam que queriam a classificação. Porém, devido à falta de pontaria das duas seleções e ao excesso de faltas, o início do jogo teve poucas chances de gol, sendo a maior delas num chute Hamsik.
A partida estava monótona, mas, aos 25 minutos, a marcação adiantada da Eslováquia acabou dando resultado. Induzindo a Itália ao erro, a postura eslovaca fez De Rossi errar um passe na entrada da área do goleiro Marchetti. Kucka interceptou a jogada e deu um belo passe para Vittek que, de frente para o gol, chutou rasteiro no canto direito da meta para abrir o placar.
Por incrível que pareça, os eslovacos não passaram a jogar no contra ataque depois do gol. A postura de apertar a marcação desde a área adversária foi mantida, o que dificultou a possibilidade de reação da seleção italiana, que dava chutões pra frente e não conseguia armar nenhuma jogada. A seleção eslovaca até criou mais algumas jogadas, mas nenhuma com grande perigo. E o lance mais perigoso (esse foi literalmente "perigoso") que a Itália protagonizou no primeiro tempo foi uma disputa de bola entre Gattuso e Strba. O italiano, acidentalmente, acertou a sola da chuteira no joelho do eslovaco, que sofreu um corte profundo no lugar atingido. Apesar do susto, Strba se recusou a sair do jogo e permaneceu em campo quase até o fim do jogo.
Para a segunda etapa, a Itália já entrou em campo com duas substituições: Maggio no lugar de Criscito e Quagliarella no lugar de Gattuso. Para infelicidade dos torcedores italianos e dos amantes do futebol, Iaquinta permaneceu em campo.
A partida recomeçou no mesmo ritmo do primeiro tempo. A Eslováquia, de maneira eficiente, não deixava a Itália trabalhar a bola e a Azurra não tinha um jogador para chamar a responsabilidade e, pelo menos, tentar armar alguma jogada. Vendo isso, Marcello Lippi queimou sua terceira substituição colocando Pirlo no lugar de Montolivo.
Depois da troca, a Itália melhorou um pouco em campo e quase empatou o placar num lance polêmico. Aos 22 minutos, Quagliarella aproveitou cruzamento de Pepe e chutou forte. A bola passou por Mucha, mas Srktel salvou em cima da linha. Se o lance foi complicado de se interpretar mesmo com o replay sendo visto de cinco ângulos diferentes, imagine como foi difícil para o bandeirinha, que ainda teve o corpo do jogador eslovaco tapando a sua visão.
A jogada animou os italianos. Com o empate entre Paraguai e Nova Zelândia, os atuais campeões mundiais estavam a um gol da classificação e decidiram partira para o tudo ou nada. Mas o banho de água fria veio aos 28 minutos. Pegando a sobra do escanteio por ele batido, Hamsik cruzou rasteiro e Vittek se antecipou ao defensor italiano para ampliar o placar. Dois a zero no placar e fim de papo, certo? Errado! As emoções de verdade estavam só começando.
A Eslováquia não queria dar chance ao azar e manteve a forte marcação. Os italianos, parecendo sem esperança, pouco criaram durante cerca de dez minutos e ainda ficaram nervosos. Aos 30 minutos, Pepe fez falta duríssima, onde o cartão vermelho não seria exagero nenhum, mas o árbitro inglês Howard Webb preferiu dar apenas o amarelo. Porém, aos 36, Di Natale aproveitou rebote dado por Mucha e deu esperança aos torcedores. Mais uma vez, a Itália só precisava de um gol para manter possível o sonho do pentacampeonato em 2010. Aos 40 minutos, um lance para matar qualquer italiano do coração: Di Natale cruzou e Quagliarella, impedido por poucos centímetros, fez o gol. A euforia italiana, que durou alguns segundos, virou lamentação. E o pior ainda estava por vir. Aproveitando mais uma bobeada da zaga italiana, Kopunek recebeu passe na cobrança de um lateral e, livre, encobriu Marchetti.
Se alguém achava que a partida estava definida, errou novamente. O juiz deu 4 minutos de acréscimo e, aos 47, Quagliarella fez um golaço de cobertura. O goleiro Buffon, no banco de reservas devido a uma lesão, incentivava o time acreditando no empate. Aos 50 minutos, praticamente todos os jogadores da Azurra foram para a área adversária tentar o gol da classificação. Mas após cruzamento da direita e um desvio no meio da área, Pepe finalizou para fora e o jogo terminou. A atual campeã da Copa dá adeus de maneira precoce e os eslovacos comemoram a classificação em segundo lugar no grupo, atrás do Paraguai.


Paraguai 0x0 Nova Zelândia

Se o jogo entre Itália e Eslováquia teve emoções de sobra, não podemos dizer o mesmo do duelo entre Paraguai e Nova Zelândia. O time sul americano que, com o empate em 0 a 0, terminou na primeira posição do grupo, fez com a seleção da Oceania um dos piores jogos da Copa até aqui.
No primeiro tempo de jogo, a Nova Zelândia não conseguia passar pela sólida defesa paraguaia e só tinha a opção dos chutes de longe, que pouco assustaram o goleiro Villar. Na seleção do Paraguai, Roque Santa Cruz e Caniza chegaram, mas também com pouquíssimo perigo, ao gol de Paston.
E o segundo tempo também foi de doer. Poucas chances criadas, falta de qualidade nas finalizações, uma Nova Zelândia que não conseguia armar nenhuma jogada partindo no desespero (já que só precisava de um gol para se classificar) e um Paraguai diferente daquele que vimos nas duas primeiras rodadas, sem criatividade e muito menos objetividade.
Assim foi até o apito final do juiz. Mais uma seleção sul americana termina a primeira fase como líder do seu grupo e enfrenta o Japão nas oitavas. A seleção da Oceania volta pra casa sem invicta, mas também sem ter vencido jogo algum. Foram três empates, dois gols marcados e dois sofridos. Pelo menos, terão o orgulho de dizer que terminaram a primeira fase a frente da histórica Itália!


O Japão, mostrou no último jogo que o talento e a organização existem no time comandado por Takeshi Okada. Os paraguaios, que caíram de rendimento na última rodada, precisarão de atenção redobrada contra os nipônicos, pois a partida será difícil.
A Eslovênia, que fez dois jogos desastrosos contra Nova Zelândia e Paraguai, mostrou nesse jogo que tem alguma qualidade e, contra o adversário mais forte do grupo (pelo menos na teoria), conseguiram uma vitória que faz o time do treinador Vladimir Weiss, o mais jovem dessa Copa, chegar com moral nas oitavas de final. A Holanda é, sem dúvida, a favorita do duelo europeu. Mas precisará ter atenção e jogar com seriedade, como foi nessas três rodadas.
A Itália pagou caro pela escolha de manter a base campeã de 2006. A maioria dos jogadores não renderam em 2010 o que conseguiram na Alemanha. A zaga, sempre elogiada e ponto mais forte na história da seleção, se tornou uma barreira fácil de ser vencida, tomando gol em todos os três jogos na África do Sul. O meio campo perdeu seus principais jogadores e Marcello Lippi não apostou em nenhum jovem talento buscando uma renovação, até mesmo pensando na Copa de 2014. No ataque, é inexplicável que um jogador tão fraco como o Iaquinta seja titular numa seleção que poderia contar com Totti ou o próprio brasileiro Amaury, que nem chamados foram. Agora, é recomeçar o trabalho, procurar uma renovação e tentar o penta em 2014, no Brasil.



Assim eu termino mais um TTJ na Copa. Peço desculpas pelo atraso do post e espero que voês estejam gostando.
Abraços e até a próxima!

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