sexta-feira, 9 de abril de 2010
Push Start: God of War III
No dia 20 de março, foi lançado no Brasil o jogo mais esperado para o PlayStation 3: God of War III. Quem curte video game sabe que eu não estou exagerando quando digo que uma grande expectativa girava em torno desse jogo, onde Kratos encerra sua vingança aos deuses do Olimpo.
Muitos disseram que o jogo ficou curto demais, alguns também partilharam da opinião de que provavelmente o jogo terá mais um episódio. O importante é destacar que o game agradou a todos e, de uma maneira geral, o consideraram o melhor jogo da história (pelo menos até aqui né?).
Hoje no Push Start vocês conferem mais uma matéria do Omelete, onde Érico Borgo apresenta uma crítica muito interessante e nos deixa com mais vontade ainda de ir na loja comprar o jogo. Logo em seguida, você confere dois clipes e o trailer final de God of War III
Frequentemente discuto em minhas críticas de games a "cinematografia" de determinados títulos, algo que parte dos leitores encara como algo negativo, alegando que os jogos eletrônicos e a Sétima Arte não devem ser comparados, pois são mídias distintas. Mas o que fazer quando a própria indústria de games tenta essa aproximação?
O cinema passa de 110 anos de existência. Os games comerciais não têm nem 40. Enquanto parte dos títulos - a exemplo dos clássicos de 8 bits - opta pelo válido entretenimento sem amarras narrativas, em que a experiência de jogo é a razão de existir do produto, outra busca uma relação emocional do jogador - algo que apenas uma boa história, bem desenvolvida através dos personagens, é capaz de alcançar.
De todos os jogos recentes, poucos conseguem estabelecer essa relação como a série God of War, exclusiva do PlayStation. A eterna polêmica das cutscenes (existir ou não existir?) aqui simplesmente desaparece, tamanho o esmero dramático da história. Desde a primeira cena do primeiro capítulo - o salto de Kratos no penhasco - estamos ansiosos por descobrir e auxiliar no desfecho da vingança do Fantasma de Esparta contra o Olimpo.
Partindo do exato ponto em que o segundo parou, God of War III já começa insano. Galgando as costas da titã Gaia, Kratos enfrenta hordas de inimigos em direção à morada dos deuses. A fase, a superfície da colossal criatura, é dinâmica pela instabilidade de Gaia, que se move, vive. Os detalhes são surpreendentes. A primeira batalha, especialmente quando surgem os leviatãs de Netuno (cavalos demoníacos d'água), serve para reestabelecer em poucos minutos a brutalidade de Kratos e o seu poder. Afinal, o personagem desta vez já começa com boa parte de suas habilidades (o velocino, as asas de Ícaro...), ainda que inexplicavelmente outras (o arco, a cabeça da Medusa) tenham sumido de seu arsenal. Poderia ter existido um cuidado maior aí. A desculpa superficial para a substituição das lâminas de Atena também não é exatamente um primor de convencimento.
De qualquer forma, as novas habilidades do personagem compensam a ausência das outras e dão todo um novo conjunto de ferramentas para Kratos causar sua devastação olimpiana. Os novos movimentos de aríete (Kratos apanha um oponente e o usa para derrubar outros) e aproximação (as correntes agem como laço, puxando inimigos) são novidades extremamente benvindas e revigoram os combos dos dois primeiros títulos. A possibilidade de trocar de armas rapidamente, no meio de sequências de golpes, também é empolgante - e o jogo obriga você a usá-la em fases particularmente difíceis, em que oponentes específicos, afetados apenas por uma ou outra arma, dividem a tela.
A saga é igualmente memorável ao fazer uso de técnicas de cinema no posicionamento de câmera. Muitos criticam a ideia de não poder mudar os ângulos para visualizar melhor determinados cenários. Eu exalto esse verdadeiro trabalho de direção de fotografia. A dramaticidade da câmera, seus travelings e enquadramentos, aliada a uma trilha sonora que já nasceu clássica e alguns dos melhores gráficos já criados para o PlayStation 3, amplificam o impacto de adentrar uma nova e inexplorada região. Games como esses pegam lições aprendidas em um século de cinema e as adaptam, transformando-as em uma criatura nova, interativa e emocional... Assustadora até. As cenas em primeira pessoa, vistas através dos olhos das vítimas de Kratos, beiram algo deliciosamente hiperviolento, chocante e gore. Sem falar em momentos de absoluta genialidade em design de fases, como o jardim de Hera, em que a tridimensionalidade aos olhos dos deuses torna-se bidimensional, no melhor estilo das construções impossíveis do holandês M.C. Escher (1898-1972).
Mas o que mais me agrada em God of War é como o personagem, alguém definido pela violência, é empregado com honestidade. Diferente de um Nathan Drake de Uncharted, por exemplo - que começa o jogo com pruridos de assassinato, poupa por piedade o vilão final e ainda assim termina a partida tendo executado quase 400 pessoas no segundo jogo da série -, o violento Kratos é completamente dirigido pelo seu desejo de vingança.
Em uma cena simbólica, um olimpiano estende a mão ao Fantasma de Esparta. Fugindo de um incêndio ele pede por ajuda para deixar uma laje. Ao jogador não existe a opção de ajudar. Kratos não busca redenção. A única opção é esmagar a cabeça dele na parede de pedra - afinal, o pobre sujeito está no caminho do espartano. De novo, honestidade. Não há ferramentas veladas de furtividade ou caminhos alternativos. Alguém com a determinação de Kratos não carece de alternativas. A linearidade da trama, da jogabilidade, é reflexo da motivação do protagonista.
Trailer com cena de lutas de Kratos:
Comercial para TV que a Sony fez para divulgar o jogo:
Trailer final de God of War III:
Curtiram o primeiro "Push Start" do TTJ? Comentem, por favor!
E amanhã é dia de que? De quê? MONDRONGO!
Vocês não perdem por esperar.
E desculpe a demora pela postagem de hoje. Não tive tempo de postar nem de madrugada e nem hoje à tarde.
Até amanhã com mais uma tirinha do Mondrongo.
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Push Start
2 comentários:
Ah se eu tivesse um PS3 :(!
Gráficos perfeitos, lutas épicas e muito mais sangue Mauhsuashuashu!
Viva kratos!
Ficou muito legal(apesar de não ser fã da série)você escreve muito bem ^^
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