Push Start: 2010 FIFA World Cup South Africa

Como a Copa do Mundo já está chegando e cada vez mais estamos respirando futebol, fiz o Push Start de hoje com o game da EA do Mundial. A análise de "FIFA World Cup South Africa 2010" (LIVRE / Criadora: EA Sports / Editora: Eletronic Arts / Distribuidora: EA Portugal / Gênero: Esporte / Lançamento: 2010 / Plataformas: PC, PS3, PS2, XBOX 360, Wii e DS) foi tirada do site MyGames e tem a assinatura de Duarte Ferreira.
Então, pra ficar por dentro do game de futebol mais bem elaborado do ano, confira a matéria abaixo, que é seguida de um trailer que encontrei no YouTube...

Mês e meio antes do Mundial de futebol inaugurar a fase de grupos, a EA lançou 2010 FIFA World Cup South Africa. Este é um título que se esforça por ser relevante, por ser mais que o já excelente FIFA 10 e mais do que um simples jogo do Mundial. É contra estas duas sombras que 2010 FIFA World Cup South Africa se debate e em parte consegue vencer.

Começemos pelo óbvio. Graficamente, 2010 FIFA World Cup South Africa é superior a títulos anteriores da série. Desde as texturas do relvado ladeado por confetti, às texturas dos jogadores que brilham com suor já nos primeiros minutos de jogo, 2010 FIFA World Cup South Africa não se coíbe de mostrar a proeza técnica que ficou um pouco aquém em FIFA 10. Pequenos pormenores como vermos as réplicas quase perfeitas dos seleccionadores dos mais variados países dão um toque especial ao ambiente de festa, ainda que as animações sejam as mesmas para todos e se torne irritante ver os responsáveis das equipas cada vez que há um lance importante. Não vos posso garantir que os 199 seleccionadores estão idênticos em 2010 FIFA World Cup South Africa mas acredito que sim.

No que toca ao som, 2010 FIFA World Cup South Africa volta a superar o que a série FIFA nos mostrou ao longo dos anos. O barulho que se ouve no estádio é exacerbado pela necessidade dos comentadores elevarem o tom de voz para se fazerem ouvir. Os festejos dos diferentes públicos também merecem uma nota de mérito. Cada selecção tem o seu apoio único. Os brasileiros fazem a festa com pandeiretas, tambores e samba, enquanto o público argentino faz ecoar os cânticos na sua língua.

Os comentários estão novamente excelentes, embora eu sinta a falta da dupla Martin Tyler e Andry Gray. Referências são feitas à prestação de certos jogadores e treinadores durante a fase de apuramento, como a fraca e desapontate prestação de Maradona enquanto seleccionador. Não obstante, a brilhante prestação dos comentadores é manchada por erros, uns mais graves, outros menos. Constantemente, quando joguei com a selecção do Brasil, ouvi os comentadores a chamarem Luisão a Lúcio, o central veterano, e vice-versa. Noutras ocasiões gabavam a defesa quando buracos se abriam e o guarda-redes enfrentava sozinho o atacante. Há que mencionar que 2010 FIFA World Cup South Africa não conta com comentadores ou menus em português, uma falha grande dada a história da série.

A banda sonora, como seria de esperar, remete para sons africanos com reggae e outros géneros com um toque tribal. Para quem gosta, a selecção de faixas é boa mas dependerá do gosto de cada um. A opção de personalizarmos a nossa banda sonora é idêntica à encontrada em FIFA 10, ainda não havendo a possibilidade de carregarmos músicas que tenhamos na nossa consola.

Quanto à jogabilidade, 2010 FIFA World Cup South Africa é o melhor jogo de futebol alguma vez feito. Os movimentos dos 11 jogadores em campo foram melhorados com animações trabalhadas, afinadas e aumentadas em número. Pequenos e súbtis toques separam as estrelas mundiais dos jogadores mais básicos e o controlo de bola reflecte a perícia individual. A lista de truques e habilidades também foi alargada, com passes de ombro e novos cabritos à nossa disposição.

Os penáltis têm um sistema novo que conta com a capacidade do jogador, com o nervosismo, postura, força e posicionamento. Pessoalmente sou a favor de aumentar a dificuldade dos penáltis mas a verdade é que este sistema está pouco afinado. A barra que decide se o jogador se aproxima da bola com boa ou má postura não responde imediatamente ao toque do botão e o posicionamento da bola na baliza acaba por parecer artificial. Desta feita torna-se mais difícil marcar um penálti do que um livre de 27 metros.

A IA (Inteligência Artificial) também levou uns retoques mas esta é apenas notada na equipa adversária, desde que não tenha qualquer influência ou controle humano. Os jogadores exploram melhor os espaços e oportunidades de passe e remate, com os mais habilidosos a demonstrarem as suas capacidades quando a situação tal requer. Já na nossa equipa, os atacantes tendem a correr rapidamente para posição fora-de-jogo e lá ficam à espera que a jogada se desenvolva. Os guarda-redes por sua vez não avançam como em FIFA 10, mas em contra-partida, a resposta à ordem de saída é tardia e aleatória, ou seja, ora saem-se à bola ora ficam parados, ignorando o triângulo pressionado.

Como referido na análise, certos pormenores, como podermos escolher uma predefinção de comando quando escolhemos o lado em que queremos jogar, apontam para uma atenção por parte da equipa de produção e uma vontade de melhorar também nos pequenos aspectos do jogo, em especial na acessibilidade dos menus. Contudo, se 2010 FIFA World Cup South Africa ganha por dar valor aos pormenores, peca por falhar na mesma área. Torna-se estranho, chegando a desiludir, não haver a opção de escolher novas equipas a partir do menu final de uma partida, vendo-nos obrigados a voltar ao menu principal para fazer um jogo diferente.

Falando em modos de jogo, 2010 FIFA World Cup South Africa volta a desiludir em relação a FIFA 10, não por ter menos ou outros mas porque os que tem são apenas desculpas para encher de conteúdo um título que tem como objectivo oferecer-nos a experiência do Mundial de futebol, experiência essa que para muitos devia estar incluida em FIFA 10. Exibição e Mundial são os dois modos que não poderiam faltar e não há grande coisa a dizer sobre os mesmos. Cada um serve o seu propósito, com o Mundial a ter várias opções, como jogar com os apuramentos reais ou sermos nós a escolher quem entra. Outros dois modos vêm incluidos em 2010 FIFA World Cup South Africa: Captain Your Country e Story of Qualifying.

É aqui que 2010 FIFA World Cup South Africa perde o brilho. Captain Your Country é uma versão de Be a Pro enquadrada na temática do Mundial. Podemos criar um Pro novo ou importar o nosso desde que tenhamos o save file na nossa consola. Contudo, notamos desde início que não há um caderno de Accomplishments e no primeiro jogo que a barra que mede a nossa prestação sofreu alterações. Em vez de uma minúscula barra verde e encarnada a contabilizar os sucessos e erros, encontramos quatro enormes, duas de cada lado do ecrã, que não só contabilizam a nossa média como também a de outros três jogadores, algo completamente desnecessário e intrusivo.

É aqui que os problemas com a IA da nossa equipa se tornam mais aparentes. Com a equipa adversária a fazer melhores prestações do que em FIFA 10, a nossa parece regredir, com quatro jogadores a cobrirem um jogador que corre pela linha, enquanto deixam um outro solto a entrar pela área à espera do passe. As ordens ao guarda-redes também são executadas consoante a vontade do dito cujo, tal e qual como acima referido.

Story of Qualifying tem por base um conceito engraçado: alterar a história da qualificação para o Mundial. Acontece que este jogo é uma versão que se aproxima de um lado mais arcade. Neste modo escolhemos um cenário, por exemplo, Argentina vs Brasil, em que as duas selecções acabaram empatadas e ambas lutavam pela qualificação. Objectivos são-nos dados e somos obrigados a jogar pelo lado pré-estabelecido e atirados para o jogo numa situação qualquer. Em alguns cenários começamos já nos 90 minutos com apenas 5 de desconto, como é o caso do jogo Peru vs Argentina.

É nestes modos que ganhamos pontos que servirão para desbloquear novos cenários, opções e equipas, embora as equipas que estão prontas para serem desbloqueadas sejam selecções de países que nem sabíamos que tinham liga de futebol como Suasilândia, Gabão ou Burkina Faso.

De resto, 2010 FIFA World Cup South Africa retira-nos a Arena no início do jogo, obrigando-nos a entrar no modo de treino para descobrir as novidades individuais e o nosso Pro criado para o modo Captain Your Country só pode ser acedido dentro do dito modo. Parece que na fórmula 30% inovação e 70% evolução foi esquecida para 2010 FIFA World Cup South Africa, assim como o mote "em equipa vencedora não se mexe". Não quero com isto dizer que 2010 FIFA World Cup South Africa devia ser FIFA 10 exclusivamente com selecções mas é decepcionante ver a EA avançar em certos aspectos e retroceder noutros tantos.

Já na fase final desta análise sinto-me na obrigação de lembrar que 2010 FIFA World Cup South Africa no que toca a jogabilidade é o melhor jogo de futebol alguma vez feito. Os gráficos estão melhores que em FIFA 10, assim como o som e algumas facilitações nos menus. Contudo, os modos extra de 2010 FIFA World Cup South Africa estão despidos e parecem apressados, lembrando que esta é uma demo de FIFA 11 e não um jogo que deva ser lançado sozinho.

Posto isto, fico com grandes espectativas para FIFA 11, tendo jogado um bom número de horas. 2010 FIFA World Cup South Africa é para ser jogado nos modos Exibição, World Cup e Online, onde as nossas vitórias e derrotas contam para o ranking mundial que está dividido por nações. Captain Your Country é uma desilusão por Be a Pro ser tão bom e Story of Qualifying é dispensável, embora ofereça uma ou duas horas de diversão (ou frustração).

Trailer Oficial do game:




Então eu encerro por aqui a edição # 2 do Push Start.
Espero que tenham gostado... Comentem, por favor, pra me falarem o que vocês acharam do post. Se faltou alguma coisa... Se sobrou... Enfim, me ajudem a montar um blog cada vez melhor.
Continuo contando com o voto de vocês e os aguardo amanhã aqui no TTJ pra mais uma tirinha do Mondrongo, ok?
Abraços!