

Sem Andrew Adamson, Shrek nunca mais foi – e nem será – o mesmo. O diretor soube bem dosar o humor ácido e as referências das duas primeiras partes, mas a terceira parte, sob a direção do então estreante no cargo Chris Miller, já não tinha mais o mesmo encanto das outras.
Em Shrek Para Sempre, Mike Mitchell (diretor de Sobrevivendo ao Natal e Gigolô Por Acidente) tenta resgatar a reputação da franquia, que supostamente chega ao fim, e também dar continuidade à arrecadação gigantesca nas bilheterias. Não conseguiu nem uma coisa, nem outra.
Nos EUA, onde o filme já se encaminha para sair de cartaz, a arrecadação não chegou nem ao patamar do primeiro e nem na metade do que fez Shrek 2. No restante do mundo (o filme já estreou em cerca de 20 países), a arrecadação tem tido o mesmo resultado frustrante que nos EUA. Além disso, a crítica também tem sido pouco favorável ao longa.

Em Shrek Para Sempre, o famoso ogro e sua amada Fiona mantém uma vida pacata no pântano, cuidando dos filhos e servindo de atração turística para os humanos, que não mais têm medo daquelas criaturas. Entediado com a situação e clamando por poder voltar a ser o temido e livre ogro que era antes, Shrek cai na lábia do mágico Rumpelstiltskin, que oferece a ele um contrato, no qual Shrek poderá ter um dia como no passado, em troca de dar um dia de sua infância para o mágico.
Shrek, então, é enviado para um mundo totalmente modificado, onde tudo é permitido e o surrealismo impera. Mas ele percebe que algo deu errado no contrato e precisará correr contra o tempo para desfazer o erro.

Como disse o Burro, numa das suas melhores sacadas: “Shrek tornou-se o próprio paradoxo metafísico!”. Pena que não é só o ogro que fica perdido na trama, sem saber como resolver o problema que ele mesmo criou. O roteiro se perde em meios à diversidade de opções de caminhos criados e apela para realidades paralelas e “efeitos-borboleta”, algo que poderia ser complicado e inteligente, mas é resolvido de maneira simplista e piegas.
As piadas só começam a funcionar lá pelas tantas, quando finalmente surge o Gato de Botas, em sua “versão alternativa”. Ele salva a graça e consegue arrancar algumas risadas das crianças que, até então (pelo menos na minha sessão), não haviam sequer se manifestado. Também pudera: com clima mais puxado para o drama, traduções péssimas e desnecessárias de algumas músicas (na versão dublada em português), um vilão sem graça e de nome dificílimo para as crianças brasileiras (repitam comigo: Rum-pel-stilt-skin), ação ineficiente e clima excessivamente sombrio, as reações não poderiam ser outras.

Shrek Para Sempre consegue ser um pouco melhor do que Shrek Terceiro, mas se esta for mesmo a sua despedida das telonas – e oxalá seja –, a chave utilizada para ir embora foi de latão e da porta dos fundos.
Trailer oficial nº 1 legendado de Shrek Para Sempre
Trailer oficial nº 2 legendado de Shrek Para Sempre
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